sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Castelos de areia.



Existem coisas que só se sentem quando se está de frente pro mar. De repente, me veio uma lembrança boba de quando estivemos aqui no último verão. Um dia falaram-me em esperanças. Que elas estavam dentro da gente e bastava apenas acioná-las quando necessário. Se existir algo que aciona todas as minhas esperanças, esse algo é estar diante o mar. Sinto-me tão leve, tão feliz, tão perto de Deus quando olho esse horizonte. Lembro-me da infância toda presa nesse cartão postal. Por onde você anda agora? Tem o mesmo rosto, o mesmo coração, o mesmo ar de sempre?
Meu coração encontrou esperanças bem aqui, de frente pro mar. E ironicamente, eu vejo você também diante dele. As conchas...  Os castelos de areia sempre tão fáceis de serem levados pelo vento. Acho que somos assim: Castelos de areia. O vento desmancha e leva; Dispersa. Ficam tantos grãos no ar quando o vento bate. E com a gente, ficam as sensações; os sentimentos. Quem sabe um dia esbarremos nelas de novo. Deve haver algum nexo entre o lugar que resolvemos construir nossos castelos de areia e decidimos enterrar nossas conchas. Parece bobagem, mas quando o assunto é castelo de areia continuamos crianças. Digo: Sem saber onde construí-los bem. O destino é quem tece pra gente tudo isso.
Continuo boba. Continuo encontrando esperanças diante do mar. Acredito que um dia reconstruirei meu castelo e desenterrarei minhas conchas. Mas, entendo que o mar jamais será o mesmo. E eu também não serei a mesma quando voltar. O vento assim como Deus sabe bem o momento de levar esses castelos embora. E aprender a deixar as conchas para trás é sinal de que na frente –quem sabe- encontraremos algo mais grandioso e verdadeiro.
Agora eu apenas sinto a brisa leve. Tento não chorar. Vou apenas perdendo meu olhar nesse azul tão imenso. Serei feliz, tenho certeza. Sussurro sutilmente aqui dentro: serei feliz. E continuo vendo mais ventos levando castelos... 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Revoltei-me!

                                                               Revoltei-me! 
E se eu fosse você também se revoltaria. Se revoltar com a vida que você leva, com a maneira melancólica que você enfrenta os fatos faz com que você enxergue que a vida é muito mais do que isso e você pode ser feliz sem aquilo que julga tão necessário. Sem dramas por favor. Pelo menos agora, nessa fase, nessa época, eu não serei dramática. Estou facilitando tudo quando minimizo os problemas e encaro de frente as soluções. Muitas vezes é preciso perder um pedaço para que se possa dar valor ao restante que ficou em você. Será assim daqui pra frente. Sem dramas, sem expressões tais como: "eu acho que vou morrer". Estou trocando essa dramatização toda por aquela sensação que diz:. Foi ótimo, obrigada. Mas por você, eu não posso mais fazer o mesmo. Beijos, adeus.
Quero descobrir um novo horizonte, e desta vez sem ameaças. Foi bom enquanto durou.

Primeiros dias sem você


Tento dormir. Quando finalmente deito-me e fechos os olhos, a tua ausência me vem como um peso e eu acordo subitamente com uma enorme falta de ar. Me falta tudo agora. Eu não estou querendo dizer que você é a razão da minha vida, mas pelo menos com você eu conseguia dormir mais tranquila. É muito difícil sem você. Me davas coragem, me davas cor, me dava brilho no olhar. E hoje, o que eu tenho não é nada mais que um quadro velho pendurado na parede, e quando tenho coragem de olhá-lo vejo nossa imagem preto e branco parada no tempo, e principalmente congelada na minha mente. Ainda tenho lágrimas, e isso até me conforta. Será amargo quando elas faltarem e eu só sentir um nó na garganta. Volta pra cá. Eu não te pedi na carta, mas agora, o desespero é tanto que te peço muito, VOLTA!
Os meu sorriso não é mais o mesmo. Você faz uma falta daquelas que traz desespero. Daquelas que tira o sono. Daquelas que você pede pra não lembrar antes de dormir, porque caso aconteça, é noite em claro na certa. Perdemos tanto tempo não fazendo, nem dizendo o que sentíamos pelo outro que hoje estar longe de você não dói tanto quanto não ter tido a oportunidadede ter lhe falado que amor de verdade, eu só senti com você.
Aquela frieza na barriga e aquela ansiedade esperando o telefone tocar, eu só senti com você. Posso me sentir feliz por ter descoberto isso, ou posso ficar triste por não ter materializado tudo isso.
Essa é só mais umas das imensas noites que passei e vou passar em claro pensando em você. Em como você está, como foi o seu dia. Cuide-se porque você é aquilo que encontrei de mais precioso. Você e essa sua ternura, que de tão terna me trazia calma.
Amo-lhe, mas odeio essa falta que você faz. Quero você por perto de novo.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Para começar Janeiro.

Já imaginou se existe algo mais doloroso do que nadar sem ver terra alguma?
 Pior que existe.
 Aquela sensação de que a tempestade já tivera acalmado você vai lentamente recolhendo os destroços do navio e de repente, surge uma nova tempestade e te afasta do solo firme mais uma vez.
Você até pensou que tivesse finalmente inteira mais uma vez, mas percebeu que ainda se há muito por remendar e consertar. Dói muito. Dói mais do que nunca ter visto horizonte algum. Esperanças despedaçadas doem mais do que não ter tido jamais esperanças. É como se a ferida agora, além de aberta mais uma vez, estivesse inflamada, estivesse corroendo o pouco de carne que ainda havia sã.
Meu Deus, quantas vezes eu tive que recomeçar, e quantas vezes eu pensei que já não haveria mais dor e eu poderia ser feliz?!! Parece que me persegue a sina de ser sempre triste, de sempre ter algo faltando aqui dentro; e isso é de longe a coisa mais melancólica que conheço.
De perto então, nem se fala.
Mais uma vez me ponho a escrever. E desta vez quero me rasgar por inteira. Sinto um enorme desespero, uma falta de ar como se o mundo estivesse se fechando em cima de mim e eu não tivesse lugar algum pra correr ou ficar em paz. Não sinto mais necessidade de ser feliz. Essa solidão, essa ausência de tudo e todos me fez ficar sóbria, sem luz alguma. Dói tanto e eu não posso fazer nada para estancar esse sangramento.
Ou melhor; ninguém pode.
Já não escrevo cartas pra ninguém, não coloco nele, nem em pessoa alguma a responsabilidade por este sentimento. Isso já está dentro de mim, eu já não consigo ver alegria alguma. É como se fosse um braço amputado, e diria que é o direito; Aquele que mais me é útil. Uma sensação de nada, de vazio, de busca pelo não sabe o quê, é o que me deixa ainda mais no fundo do poço.
Mas agora, e não em outro instante me sinto aliviada. Acho que colocar em papel aquilo que gostaria de gritar para o mundo inteiro, me faz sentir um pouco melhor e menos motivada a morrer. Espero que seja uma boa noite. Que eu durma pelo menos hoje depois de tanta insônia que me persegue. Nem desejo acordar melhor. Espero apenas acordar com vontade de viver.